18.5.11

Um pouco sobre mim

Resolvi escrever um pouco sobre mim. Aquilo que vou escrever aqui pode surpreender as pessoas que me conhecem, principalmente aquelas mais próximas de mim. Não, não vou fazer nenhuma revelação chocante sobre a minha orientação sexual! Vou antes falar da minha hora preferida do dia.

Aqueles que me conhecem melhor sabem que eu adoro a madrugada. Aquilo que não saberão é a forma como eu prefiro aproveitar esta parte do dia. Para mim, esta é a altura do dia mais calma, mais pacífica, aquela em que posso estar comigo mesmo em paz, em tranquilidade. Não é segredo nenhum que regra geral costumo deitar-me muito tarde e talvez por isso passe a ideia de que adoro deitar-me tarde. Pensando bem sobre o assunto, não é esta a forma como mais gosto de aproveitar as madrugadas. Não. Mais do que deitar-me tardíssimo, gosto de acordar cedíssimo. E quando digo cedíssimo não quero dizer acordar às 6:30 da manhã e ir a correr tomar banho, para depois tomar o pequeno almoço, enfiar-me no carro e ir para a universidade ou para enfiar-me no computador a trabalhar. Nada disso. Quando digo acordar cedíssimo quero dizer acordar às 4:00 da manhã, depois de ter adormecido "por acidente" às 19:00. Levantar-me a meio da madrugada por me faltar o sono, ver o sol nascer, ver um ou dois episódios de séries. Sair à rua às 7:00 e ver a cidade a acordar. Gosto disto principalmente em domingos enublados, com a ameaça de chuva e a brisa fresca. Não sei porque não o faço com maior frequência. Talvez seja pelo receio de perder as horas a que os outros dedicam o seu tempo de lazer. Ainda assim, e após ter acordado pelo segundo dia consecutivo às 4:00 da manhã, chego à conclusão que é um disparate viver para as horas de lazer dos outros. É um disparate viver com medo de aproveitar a vida à minha maneira. E se perder as horas que os outros vivem? Não estou, dessa forma, a perder as horas que eu podia estar a aproveitar?

Sinceramente, não sei qual o propósito deste post, mas sinto-me desperto, sinto-me vivo e senti-me com vontade de fazer uma das coisas que mais gosto: escrever. Posso não estar a escrever sobre grande coisa, mas pelo menos estou a partilhar mais um pouco de mim com aqueles que tomam algum interesse na minha vida. Para todos esses, um grande abraço!

E é isto.. Até uma próxima =)

14.3.11

Manifestações? Está bem...

Deixo só aqui um trecho de uma música dos Da Weasel e a letra integral de uma outra (também dos Da Weasel):

"Há quem costume falar de revolução
Mas a revolução não vai ser transmitida na televisão
Ela tem que acontecer dentro de cada um
Caso contrário nunca chegaremos a lugar algum!"

(Da Weasel - Toda a Gente)

"Bora lá fazer a p*** da revolução
Dar a volta a esta m**** de uma vez por todas
Eu não consigo compactuar com este estado de coisas
Tá na hora de pegarmos no assunto com as nossas próprias mãos
Vamos ver...
Segunda não dá jeito porque saio sempre tarde
À terça e à quinta tenho terapia, não dá para faltar
À quarta tenho a lerpa com a rapaziada
Sabes que a cartada é sagrada, boy, não me digas nada!
Sexta é dia de apanhar uma bela touca
Sábado levo o puto ao happy meal com um sorriso na boca
Resta o domingo, só espero não tar muito cansado
Se o Benfica não jogar boy, tá combinado!"

(Da Weasel - Bora lá fazer a p*** da revolução)


O que eu quero dizer com este post é: falam muito, vão para a rua, protestam, gritam, cantam, fazem trinta por uma linha, mas no dia seguinte o país acorda e está tudo na mesma. Forçam um governo a cair e põem lá outro igual. Os políticos rodam os lugares na assembleia e fica sempre tudo na mesma. O problema vai muito além daquilo que a maioria imagina, sequer, e ou mudamos a sério ou corremos o risco de recuar 85 anos no tempo. A solução? Talvez começar por usar o voto de forma diferente, votar em pessoas diferentes, partidos diferentes, procurar outros caminhos, reorganizar as ideias. Eu não tenho as soluções e corro o risco de soar a demagogo, mas o que é facto é que entre aquilo que eu digo e aquilo que se passa nas ruas portuguesas, a demagogia está sempre presente. Vamos tentar algo diferente antes que seja tarde de mais. Como já disse num post anterior, quando houver eleições, por favor não votem nos do costume, não vem PS, PSD, CDS-PP, CDU (PCP + PEV) nem BE! POR FAVOR, a bem de Portugal! Não façam com que o esforço que têm feito seja em vão!

Etiquetas:

6.1.11

I wonder...

The main problem is there is no rewind buton in life. There’s no going back. And believe me, I wish I could. I wish I could go back to certain moments of my life, relive the year of 2009, do it all again. Visit the hectic streets of London, get lost in the most famous underground in the world and find myself embracing the love of my life just off King’s Cross train station. Walk around the most beautiful city I know (Prague) with the soul I’ve believed to be my own soul’s mate. I do most certainly wish to go back to the moment when I “proposed” and she said yes, by the most beautiful sunset that the beach near my house has ever seen. All of these memories will never be more than that again and it seems that life is supposed to carry on. I’ve been struggling and I’ve been doubting myself a lot. There are days when I wake up and feel the strength within me, but mostly it just goes away with a blink of an eye. Any little detail will be there to remind me of everything I’ve lived with her by my side. That song we listened to over and over again on the radio, on the way to our first weekend away. That jacket I used all summer long or even the swimming goggles I bought when we went up north for a few days. The tapas we had in Spain next to the fountain, or the first movie we watched together. I wonder if she remembers what it was. I wonder if she even thinks of these things at all. I wonder if she remembers what we felt that moment in London, just outside of King’s Cross, when we ran into each other’s arms. I wonder if she even thinks of what we went through together and if she misses any of it at all. I wonder whether she wonders, because I’ve been wondering way too much and it feels like I’m the only one left wondering. It’s hard to imagine that she’s over all of this.

Maybe it’s just me, maybe I’m just a hopeless romantic who got swept away among his own dreams.

13.12.10

What's the point?

Disclaimer: A inactividade tinha-se apoderado deste blog, muito porque eu costumava filtrar os meus pensamentos. Costumava ponderar demasiado sobre se aquilo que escrevia seria material para vir para o blog ou não. Eu continuo a apreciar a liberdade de em censurar a mim próprio, como método de protecção, mas acho que a auto-censura extrema acaba por me tirar o prazer de escrever, mesmo que seja sobre temas estúpidos e desprovidos de interesse para terceiros. Assim, resolvi levantar esse filtro, mesmo que me venha a arrepender mais tarde.

(Antes de mais as minhas desculpas a quem possa vir a cruzar-se com este blog e não consiga ler um texto na língua inglesa, mas há momentos em que não me consigo expressar em português)

When everything seemed like a lost cause to him, when he felt like he didn’t belong to this world and everyone around him seemed to be as far away as the furthest corner of the furthest universe; when no one seemed to understand and everyone told him the same repetitive speech “You can do it, man, you’ve got it in you! Hold you head up high, be strong, go out and shine!” In a time when everything looked like it was going nowhere, and he could feel nothing but lost, when he knew nothing but pain and suffering – despite his momentary earthly pleasures in the form of a coffee cup or a chocolate bar – and he couldn’t look ahead without the feeling that misery was going to be his only long-life companion; in a time when every single one of his thoughts made him feel even worse than the last one, and none of them seemed to go away, no matter how hard he wanted to believe that he wanted them to go away. This was the time when he realized he was a firework, waiting to ignite and explode, right in the face of his life. Right in the face of everything dark and cold and sad around him.

Breaking free was not easy. The speech he heard so many times about being special and having something other people didn’t and having to be happy and doing whatever made him happy and the whole happiness bullshit just started to get on his nerves severely. The questions would often rise in his mind “Are we all really living to be happy? Do we have to be happy to have a fulfilled life?” It’s hard to say that we live to be happy and oftentimes those who left a mark were not as happy as we might think. Whether that was meant to be his case or not, however, was not known, and many would be prone to jump out and say “Why would you want to be big, if you could be small and happy?” The answer wasn’t very clear in his head, but the need for greatness was something that had grown with him and inside of him. He wanted to make a mark, somehow. He thought of all the most famous people he could remember as a bunch of losers. He wanted to be remembered for eternity, even after humanity had vanished. His ambitions were not realistic, many might argue, but he had been a dreamer. Misery started to replace those dreams, though, as he grew older and found that his greatness would never be enough to match that of the great Ancient Greek philosophers or the Ancient Roman Emperors. While most might not have goals this high in life, to him, it made all the sense in the world that anyone would strive for this kind of recognition and respect. This became the biggest structural damage in his life. The 8 and the 80. The small and the large. He could never be as big as he wanted to be, so nothing else would satisfy him. What was, then, the point in being alive? All of his friends and family would say: be as big as you can, for you can be a lot bigger than most. This was still not good enough for him and “small time ambitions” were not in his life plans. Many might be happy with a lot of small things. He, however, would not be more than miserable with several big things. He couldn’t have the biggest! This consumed his soul for years and the realization that he had a lot more than most was taking its time to show up in his life. Suffering is futile. So he kept on being as futile as he could be, not caring for all the material possessions he had, but bearing the suffering, the feeling of underachievement.

“You’ve done many great things! You have no idea how many people would give most anything to be in your position”. He felt sorry for those people, as in his mind they had no idea how mundane it was to achieve what he had. Why was it mundane? Well, what was he getting for what he had achieved? In what was did it make him feel good? Why should he feel good? These questions often crossed his mind and though he tried to answer them as well as he could, he would never get a satisfactory answer.

More than unhappy, he was unsatisfied. He did not consider himself a perfectionist, as he knew perfectly well that he didn’t always try his hardest. Indeed, he would very hardly try his hardest, for nothing was worth it. The 8 and 80 paradox took over his life and he seemed to choose to live with the smaller side, as the larger one was not meant to be.

The realization that this was the time to ignite and glow and explode in the face of everything he knew, however, didn’t make him want to do any of those things. Some would say this was due to his extreme laziness, others would say he lacked self esteem and didn’t believe his capabilities. He’d just respond “what’s the point?” His lack of faith in life and everything around him had reached a peak and it didn’t look like it was coming back down. The fact that he couldn’t reach the top of what he needed seem to make him lose the will to fight for second best.

Now I say this guy needs to open his eyes, see the world and realize that his screwed up mind is not helping him. Funny thing is… I am this guy, so I say… what’s the point? What’s the point in being better than you, if I can’t be the best me I can imagine?

If only someone could tell me.

17.3.10

"Foi nesse preciso momento que..."

Nunca, durante os meus 12 anos de estudante passados em Aveiro, vivi perto da escola que frequentei. A partir do segundo ano passei mesmo a viver longe de qualquer paragem de autocarro. Dito isto não será difícil de entender que sempre dependi dos meus pais para chegar à escola e para voltar para casa. Alturas houve, porém, em que o meu pai passava imensas horas seguidas a trabalhar e a minha mãe (triste sina dos professores) trabalhava muito longe de Aveiro para me poder ir buscar à escola. Assim sendo, e considerando que na altura não tinha mais família em Aveiro e que os meus vizinhos eram reformados, pelo que não iam regularmente para o centro de Aveiro, restava apenas uma hipótese. O meu avô Flávio, com a profunda disponibilidade e a amabilidade para com os seus que sempre lhe conheci e das quais sempre me orgulhei, vinha de propósito de Águeda, por vezes só mesmo para me levar para casa, outras para me levar ao ténis ou à catequese. E foi esta última que me remeteu para o blog, para a recordação que queria partilhar.

Não raras vezes o meu avô Flávio ia buscar-me ao colégio, levava-me à Sé de Aveiro para as minhas "aulas de instrução religiosa" e, no fim, antes de me levar para minha casa, ou para casa dele em Águeda, passávamos numa pastelaria perto da Sé, então chamada Diagonal, onde lanchávamos, conversávamos, jogávamos às cartas ou jogos como o galo, a forca e outros do género. O meu preferido era um que consistia em completar os quatro lados de um quadrado, unindo pontos, dois a dois de cada vez, por turnos. Algo parecido com isto:

Ganhava quem completasse mais quadrados. Raramente conseguia ganhar, mas já nessa altura me deixava levar pela teimosia e insistia até conseguir (que o meu avô se fartasse e me deixasse) ganhar.

Numa dessas tardes, num dia de Outono/Inverno à portuguesa, com muita chuva, muito vento e, como de costume em Aveiro, muita trovoada, lá estava eu com o meu avô Flávio na Diagonal, a deglutir o habitual rolinho (bolo enrolado, com cobertura de açúcar e recheio de ovos moles, semelhante ao guardanapo) regado com o não menos habitual trinaranjus de maçã, e recordo-me que o meu avô começou a contar-me histórias sobre a trovoada e factos (a meu ver) interessantes, explicando-me como se formavam os raios ou a associação entre o som, o relâmpago e a distância a que nos encontrávamos do local onde o trovão havia caído. Não temia particularmente o fenómeno, mas incomodava-me o barulho. Seguimos para minha casa, quando havíamos terminado o lanche, e uma vez lá chegado fui jogar Virtua Fighter Kids, na Sega Saturn (jogo de porrada), enquanto o meu avô lia qualquer coisa, sentado no sofá. A trovoada não havia parado entretanto, pelo que tinha desligado a antena da televisão. O cenário em que combatia, certamente usando o karateca japonês Akira, o meu personagem favorito no jogo, era o da Sarah, uma das personagens principais em VFK. Este cenário era composto por um ringue de combate inserido numa arena, com um prédio de fundo, semelhante ao Parthenon grego e, também no fundo... trovejava! Recordo-me da cena ao pormenor porque, sem aviso prévio, caiu um trovão na Gafanha da Nazaré, no preciso instante em que um ribombava também no jogo virtual. Assumi que a proximidade fosse grande, porque não houve qualquer diferença entre o momento em que vi o relâmpago e aquele em que ouvi o estrondoso trovão - aconteceram em simultâneo. Foi nesse preciso momento que passei a ter medo da trovoada e ainda hoje a encaro com respeito pela sua violência e pela nossa impotência perante tal força bruta natural.

Soube ao fim do dia, pelo meu pai, que o relâmpago que me marcou para a vida, aquele raio fulminante que provocou em mim um medo que em poucas ocasiões senti, tinha incendiado um navio que estava atracado no porto da Gafanha e destruído parcialmente a tal embarcação pesqueira. Uma coisa que rebenta com um navio merece sempre o meu respeito e nesse dia a trovoada impôs-se lá bem alto no topo das coisas que merecem o meu respeito.

Cerca de meio ano mais tarde a TV onde estava a jogar na tal tarde "deu o berro", ao fim de cerca de 15 anos sem dar problemas. Ainda hoje estou convencido que foi do tal raio.

Nessa tarde, como em tantas outras, encontrei no meu avô uma fonte de segurança, de tranquilidade e de acalmia. E, entre muitas outras coisas, isto é parte do que o meu avô Flávio é para mim, é parte do que sou e do que fui, naquelas tardes da minha infância.

10.3.10

"Criancices"

Hoje isto atingiu-me: não vou voltar a ser criança! Nunca mais!!

Se normalmente recordo os tempos de criança com nostalgia e algum saudosismo, hoje senti mesmo desespero. Não quero parecer ingrato pelo que a vida me deu e pelo que tenho hoje, que, valha a verdade, não fica muito atrás dos tempos idos. Ainda assim, há coisas que me marcaram e que não vão voltar. Momentos que não se repetem, pelas especificidades próprias da vida, uma das quais a sua não repetição.

Não escondo que sou feliz e que estou imensamente grato pelo que vivi e pelo que estou a viver. No entanto sinto falta da liberdade que a inocência infantil nos dá. Recordo os tempos do secundário (ou de liceu, como dizem os "antigos") e lembro-me particularmente dos meus colegas que diziam querer ir para a universidade para terem a sua independência, porque só aí seriam livres. Lembro-me porque hoje, praticamente no fim dos meus estudos universitários, só posso contrariar essa tese dos efeitos libertadores da frequência do ensino superior. Liberdade? Liberdade era ter alguém que me acordasse que não o despertador! Ter alguém que me aconchegasse na cama todas as noites e ter um beijo de boa noite garantido, mesmo que o dia tivesse sido prolífero em asneiras!

Bem sei que nem todos tiveram uma infância como a minha, mas nada posso fazer em relação a isso se não lamentá-lo, porque hoje, aos 21 anos de idade, sei que não há (quase) nada como a infância, ser criança. Para os que tiveram a felicidade de, como eu, não passar por dificuldades e ter a atenção dos seus pais, certamente não será difícil compreender que não há outra fase da vida como aquela em que tudo era feito em função de nós e, no fundo, não tínhamos que nos sentir culpados por isso, porque é assim mesmo que deve ser! Porque quando somos pequenos, somos frágeis e ignoramos a dimensão da nossa fragilidade.

O mais que posso desejar agora é reviver a infância através dos meus próprios filhos, quando os tiver. Por tudo isto, tenho dificuldade em compreender como é que tanta gente, nos dias que correm, decide não ter filhos. Só me ocorre que todos tenham tido péssimas infâncias ou que sejam demasiado egoístas para querer que, pelo menos, mais uma pessoa possa viver uma infância. Tudo bem que hoje em dia é difícil conseguir ter as condições necessárias para ter um cenário de sustentabilidade doméstica ideal, mas o principal factor a considerar, na minha opinião, é o amor que se tem para dar aos próprios filhos. Acho que só uma situação de extrema miséria me poderia levar a desistir do desejo de ter filhos. Dizendo isto poderá parecer que os devia ter já, mas há que compreender que eu não ignoro a necessidade de concluir os estudos e estabilizar antes de se constituir família! Estou só a desabafar! O expressar de uma vontade que esconde um desejo impossível - o regresso à infância!



Guardo comigo recordações, imagens mentais de momentos que vivi, que fizeram e fazem de mim quem sou. Não posso regressar à minha infância, mas posso sempre registar em tom de "desabafo", de "story telling", algumas dessas recordações. Acho que, ao "deitá-las cá para fora", estou também a revisitá-las, pelo menos dentro do possível.

9.1.10

...

"que cada um coma daquilo que mais gosta e por onde lhe dê mais prazer, ninguém tem problemas com isso.. não se pode é obrigar os que gostam de carne e não comem peixe, a ter de aceitar que duas coisas diferentes figurem no menu com o mesmo nome..

uma união de gays deve ter um nome próprio, uma união de lésbicas outro também e a união heterosexual que é diferente de qualquer destas deve continuar a ter um nome distinto que não se confunda com nenhuma.. se passarem a chamar casamento aos primeiros, então terão de arranjar outro nome para os ultimos..

o problema é tão sómente este, chamar os "bois" pelo nome.. quanto ao resto podem ter todas as mesmas regalias sociais atribuídas às outras uniões e que tanto ambicionaram, mas que agora acham insuficiente como se a palavra CASAMENTO tivesse sido sempre o seu único objectivo..

afinal o interesse nunca foi oficializar uma união sexual, mas conseguir que ela se chamasse Casamento para poderem ter adoptar crianças!.. mas se essas crianças são filhas duma união heterosexual que não correu bem, então todos os heterosexuais têm direito a decidir sobre essa matéria..

Desconheço o autor deste comentário a uma notícia do jornal Sol online, mas, apesar de não concordar a 100% com a ideia aqui expressa, acho que dificilmente me exprimiria tão bem como o sr. "icebreaker" quando utiliza a analogia da carne e do peixe. Não tenho problema nenhum com o facto de haver pessoas que se sintam atraídas por outras do mesmo sexo, que tenham relações sexuais e emocionais, que partilhem a vida e tenham os mesmos benefícios fiscais que o resto da população. Não me oponho sequer a que tenham a possibilidade de adoptar uma criança, embora ache que (tal como no caso de um casal heterossexual ou de um pai ou uma mãe solteira) a adopção só deva ser consumada perante aprovação do parente biológico mais próximo da criança. O meu problema é só o facto de quererem chamar coisas diferentes pelo mesmo nome. Qual é a dificuldade de compreender que uma relação entre pessoas do mesmo sexo não é a mesma coisa que uma relação entre pessoas de sexos diferentes? Têm todo o direito à intimidade, à liberdade para serem felizes com quem quiserem, mas o que é facto é que não é a mesma coisa! Como disse num comentário a um blog de um amigo (http://vidasemrosachoque.blogspot.com) diferente não quer dizer inferior! O facto de serem coisas diferentes não faz de uma menos que a outra! Uma cadela não é menos que um cão, mas não têm o mesmo nome! Têm, no entanto, os mesmos direitos!

Por outro lado, gostaria de acrescentar mais um caso particular em que defendo que o casamento também deveria ser permitido. A idade legal mínima que uma pessoa tem que ter para que possa ter relações sexuais consentidas sem que isso constitua um crime é de 14 anos. Não sei se tenho que explicar o raciocínio, mas tendo em conta que uma pessoa é imputável a partir dos 16 anos de idade (corre a defesa da alteração para 14 anos), por que é que só se pode casar a partir dos 18 anos, quando atinge a idade legal de emancipação? Ou seja, uma criança pode ter relações sexuais, mas não pode ter uma relação íntima séria? É assim que queremos a construir o futuro do nosso país? Por que motivo é menos discriminatório este caso do que o dos homossexuais? Isto é tudo tão relativo, que mais valia deixarmos as pessoas casarem-se com quantas pessoas quisessem e com quem quisessem, até com animais de estimação e coisas do género! Sempre poupávamos uns quantos anos de discussões morais e preocupávamo-nos com outras questões que podem ser bem mais sérias, pelo menos do ponto de vista da política - sim, que isto não passa de areia nos olhos dos eleitores, porque estamos em época de discussão do orçamento de Estado para 2010 e os socialistas andam a entreter as pessoas com discussões paralelas para que ninguém saiba a borrada que provavelmente irá sair deste OE.

Até breve, os melhores cumprimentos!